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Alienação parental: entenda o que é

  • Post last modified:julho 16, 2020
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Alienação parental: entenda o que é

Um dos temas mais comentados do momento é alienação parental. O assunto está sempre na mídia, levantando debates e discussões. Mas o que isso significa de verdade? Nesse artigo vamos falar tudo sobre o assunto, para que você entenda bem o conceito, implicações e como evitar situações de alienação.

O divórcio e a alienação parental

O divórcio ou separação dos pais é geralmente um evento muito traumático para os filhos. No momento do divórcio e após a sua realização, o arranjo familiar original entra em colapso. Muda-se toda a estrutura familiar, inclusive as relações afetivas, tendo em vista que os filhos terão que conviver com outras pessoas, muitas vezes desconhecidas.

Infelizmente, alguns pais exploram essa situação para chantagear e magoar o parceiro anterior. Ou seja, aproveitam os filhos, frutos do relacionamento em comum, como forma de vingança contra um dos pais. O resultado é a chamada síndrome de alienação parental.

Parece inconcebível que os pais possam agir de maneira tão egoísta. Infelizmente, o ódio e a hostilidade em relação ao ex-marido ou parceiro anterior às vezes são mais fortes que o carinho pelas crianças. Muitos pais nem sequer estão cientes dos danos que podem causar aos filhos ao se valerem da alienação parental.

Existem várias formas de criar um contexto de alienação parental. Aos poucos, um dos pais começa a fazer com que o filho imagine que o outro pai não o ama, que abandonou a família e que foi o culpado pelo divórcio.

Impacto nas crianças

Nas crianças, o senso crítico e a capacidade para refletir logicamente pode ainda não estar bem desenvolvido. Isso significa que elas são muito facilmente influenciadas. Com pouco tempo é possível que a síndrome da alienação parental se instaure.

Muitos pais podem dizer à criança que o outro pai não quer vê-la. Eles podem mentir para a criança e tentar fazê-la perder o respeito pelo outro pai. As consequências psicológicas para a criança podem ser devastadoras.

Eventualmente, pode desenvolver ódio patológico aos pais. A chamada síndrome de alienação parental é resultado de um processo contínuo de medo, de mentiras e simulações que visam fazer com que a criança não tenha o menor respeito, carinho e admiração pelo pai.

Conceito de alienação parental

A síndrome de alienação parental é o resultado de um tipo de abuso psicológico infantil. É o resultado da manipulação da mente delicada das crianças, com o objetivo de mudar sua concepção a respeito do outro pai.

Por isso, mais do que apenas um conceito qualquer, trata-se de um termo mencionado na área da saúde, especialmente da psicologia. Uma criança alienada com relação ao outro pai – ou com relação a outros membros da família, como avôs e irmãos – não é capaz de perceber a realidade como ela é.

Esse tipo de abuso pode ser realizado por um dos pais ou por ambos. Os pais alienantes não pensam duas vezes antes de mentir ou influenciar os filhos. Eles são usados apenas como meios para a realização de um objetivo maior: atingir o ex-cônjuge.

Uma das técnicas usadas pelos  país para gerar a alienação parental é contar em detalhes os motivos que levaram ao divórcio. No entanto, contam apenas a parte que lhes interessa, mentindo e ocultando informações importantes. Dessa forma conseguem transformar o filho em um aliado contra a terceira pessoa.

A esperança dos pais alienantes é que a criança tenha pena deles e culpe os outros pais. Por isso, quando falamos em alienação parental, falamos sobre vingança. No entanto, a verdadeira vítima da situação é a criança, que não deveria ter de lidar com esse tipo de comportamento tóxico.

No final das contas, os únicos que são afetados, verdadeiramente, são aqueles que não possuem a menor culpa com relação ao término da relação. Por isso mesmo o processo de alienação deve ser evitado. Pessoas que alienam seus filhos merecem a punição devida, inclusive legalmente.

O que pode levar à alienação

Em uma situação de divórcio é importante separar dois conceitos muito importantes. Ser um parceiro ruim não significa ser um pai ruim. Obviamente, essa ideia não se aplica a situações de abuso doméstico. É bastante lógico que alguém, depois de ter sido abusado, imagine que isso seguirá acontecendo com os filhos.

Ao mesmo tempo, nem sempre os bons parceiros são bons pais. Muitos dos que alienam os filhos nunca demonstraram, durante a relação, nenhum sinal de comportamento abusivo ou manipulador. Mas, forçados pelo desejo de vingança, acabam mudando por completo sua personalidade.

De acordo com especialistas, a alienação parental pode ter causas mais profundas. Os pais que alienam podem sofrer de um distúrbio de personalidade. O mais comum nessas situações é o narcisismo e o transtorno de personalidade limítrofe. Esses são transtornos que podem contribuir para a vingança e utilização dos filhos como meio.

O que fazer em caso de alienação

O mais importante de tudo é sempre estar atento aos sinais de alienação parental. Isso pode ser notado, principalmente, no comportamento cotidiano. Se o filho gostava de sair com você com frequência e de repente isso está mudando, sem uma razão aparente, pode ser que o ex-cônjuge está realizando a alienação.

Existem outros sinais de alienação parental. Um deles é o comportamento do adulto, como a limitação do horário de visita, desculpas de última hora, principalmente nos dias em que a criança deveria permanecer com o outro pai, no caso da guarda compartilhada e situações similares.

Ou seja, toda situação que indicar que a criança está se afastando de um dos pais deve ser analisada com cuidado. Nos casos menos graves, a alienação parental pode ser solucionada com o diálogo aberto entre as partes envolvidas. Elas devem chegar ao entendimento de que o interesse da criança é mais importante.

Alienação parental e intervenção judicial

Se a atitude manipuladora persistir, cabe ao juiz decidir o que fazer. Filhos alienados podem se recusar a viver com um dos pais por causa do ódio que o outro pai incutiu ao longo do tempo. A intervenção de um profissional da área da psicologia pode ser interessante e até mesmo necessária em situações mais complexas.

A síndrome de alienação parental pode ter consequências devastadoras. O medo pode afetar gravemente o desenvolvimento emocional das crianças. Muitos levarão esses traumas até a idade adulta e criarão uma lacuna irreconciliável entre eles e os pais afetados, às vezes se estendendo para seus próprios relacionamentos interpessoais.

Na maioria das vezes, caso a alienação parental seja verificada na prática, a guarda da criança pode e deve ser revertida em favor do pai prejudicado ou de outra pessoa da família, que tenha melhores condições psicológicas para cuidar da criança. Essa é uma das principais medidas que devem ser tomadas.

Por isso mesmo, a alienação parental deve ser analisada com rigor e seriedade. Trata-se de um assunto muito complexo e que demanda conhecimentos especializados. Desta forma, caso tenha indícios de que alguém esteja passando por situações assim, vale a pena procurar ajuda dos órgãos de assistência.

A alienação parental é realidade para  milhares de famílias brasileiras. Todos os dias surgem novos casos, principalmente após um divórcio ou separação. No entanto, esse processo pode acontecer até mesmo durante  o processo de  separação dos pais. É importante estar sempre de olho nos sinais, por menores que sejam.

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